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Pokémon Platinum

Pokémon, enquanto RPG nas portáteis da Nintendo, sempre foi uma série capaz de se distinguir das demais adaptações a desenhos animados e filmes. Enquanto a série animada segue um rumo talvez já desconhecido por muitos, as adaptações videojogáveis sempre conseguiram obter a distinção suficiente para vingar nesta indústria de forma sustentada e independente de sucessos alheios. Culpem a veterana Game Freak que colocou meio mundo a trocar monstros de estimação ainda nos anos 90, quando Pokémon Red e Blue se tornaram verdadeiros fenómenos – um começo de sonho para o franchise. Já na altura surgiu Yellow como a “terceira” versão, oferecendo novidades minimalistas dentro de uma aventura semelhante à original.

Da mesma forma, Platinum é a dita “terceira” versão desta quarta geração de caçadas virtuais. A versão tida muitas vezes como o patinho feio, aquela que “não vale a pena comprar porque é igual às outras”. E é, na sua génese Platinum é uma aventura geralmente igual a Diamond e Pearl. Está lá tudo, mas com algumas diferenças. A mais notável alteração recai sobre a aventura principal que conta agora com uma nova passagem.

Nesta nova aventura o jogador envolve-se na busca pelo guardião do espaço e tempo, descobrindo então um mundo paralelo ao real. Um mundo sem regras, onde o espaço não se move e o tempo não passa – o Distortion World. Assim sendo, o jogador será levado numa aventura com cerca de 40 horas (sem pressas), geralmente igual à original, mas que só no seu desfecho final mostra ao mundo a sua mais notável alteração.

Ei-lo. O mundo distorcido. A maior das novidades.

Desnecessário será salientar os aperitivos desta aventura, onde o jogador é convidado a correr mundo, percorrendo um total de 8 ginásios, enquanto coleccionando e evoluindo Pokémons. Só após a aquisição do sétimo crachá, e já na busca pelo oitavo, o jogador irá conhecer a maior alteração da história das “terceiras” versões. O Distortion World é uma passagem que pretende talvez dar um motivo de interesse, capaz de distinguir esta versão das demais, mas acaba por ser um pouco mais do que isso.

Nele vão encontrar elementos básicos, como a possibilidade de saltar, que se torna assim uma novidade para a série, mas mais do que isso, é capaz de apresentar uma nova abordagem sobre os tão característicos Puzzles. No fundo este Distortion World é um Puzzle gigante que deverão desvendar, pecando apenas por uma apresentação que dificulta por vezes a percepção de elementos básicos como caminhar enquanto colado às paredes.

Pokémon Platinum foca-se acima de tudo numa batalha contra os planos egocêntricos da Team Gallactic, fazendo com que a aventura se desenvolva de uma forma sustentada e conseguindo agarrar o jogador como já é costume. A essência de todo o jogo é a mesma por detrás de Diamond e Pearl e, tal como vem sendo costume, a aventura não se difere ao ponto que se possa facilmente recomendar a todos aqueles que jogaram as versões originais. Ainda assim, Platinum é definitivamente um avanço.

Funcionalidades Online como alguns mini-jogos que envolvem desenhar ou realizar actividades de grupo foram adicionados, tal como a possibilidade de guardar no cartucho combates previamente realizados. Tudo o resto é o costume e já presente nas anteriores. É possivel trocar Pokémons com amigos através de duas Nintendo DS ou através do GTS (Global Trade Station), até porque de outra forma seria díficil obter os 150… errr… os muitos que existem. Da mesma forma podem também batalhar virtualmente pessoal de todos os cantos do mundo.

Para os mais acérrimos fãs, será bom saber também que esta nova aventura conta com algumas novas passagens, como é o caso da aquisição das 5 novas formas de Rotom através da Secret Key oferecida via Mistery Gift. Adicionalmente, existem ainda alguns novos itens e Pokémons não encontrados nas versões anteriores, ou outros que podem agora ser encontrados mais cedo no jogo ou em níveis diferentes. Alguns treinadores, incluindo líderes de ginásio, têm agora Pokémons em níveis superiores de forma a criar uma aventura mais desafiante. Adicionalmente foram ainda recriados alguns edifícios, incluindo agora Designs em 3D mais arrojados que antes.

Por outro lado, e não que isto seja algum tipo de novidade em relação a Diamond e Pearl, é com agrado que olho para este Pokémon e denoto uma evolução tão equilibrada quanto sustentada. Muitos podem até criticar o seu grafismo simplista mas, fazendo isso parte do seu charme natural, duvido que tão cedo este franchise adopte uma postura radicalmente diferente. Os visuais em 3D oferecem uma nova vivacidade ao jogo, utilizando a sobreposição de planos de imagem para dar outra profundidade à acção.

As batalhas são intemporais. Sempre com o mesmo aspecto, mas sempre divertidas.

É com agrado que tanto tempo depois do lançamento dos primeiros jogos ainda se ouve sons – como o lançamento da Pokébola, o ruído dos Pokémons da primeira série ou ainda alguns sons de combate – semelhantes aos do jogo original, trazendo um certo de sentimento de nostalgia. Por outro lado, existem também músicas e sons mais desenvolvidos, o que indica que, sem o renegar, este é um jogo que não está preso ao seu passado. A série sempre foi capaz de oferecer uma excelente trilha sonora, e continua a fazê-lo.

De certa forma Platinum ostenta tudo o que o original já tinha para oferecer, procurando no entanto distinguir-se com algumas novas passagens. Para quem jogou o original, as novidades dificilmente valerão o investimento, tal como de costume. Por outro lado, e estando ainda neste momento activo e com grande procura o Global Trade Station, Pokémon Platinum é uma excelente opção para os estreantes se iniciarem no mundo das trocas.

Por tudo isto, a vossa posição perante este jogo irá depender muito da situação em que se englobam. Sem fazer nada de realmente novo, Platinum cumpre a sua missão de forma exime, tornando-se até a mais completa – ou talvez distinta – “terceira” versão já vista até à data.

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